Saber que alguém gosta de nós é uma das melhores sensações que podemos sentir. É reconfortante e energizante. Saber que alguém quer ver você e falar com você, que se interessa em saber como você está, que tem um interesse sincero baseado no verdadeiro apreço é maravilhoso. A psicóloga clínica, Silvana Frasetto, afirma que cada ser humano tem um jeito diferente para dar e receber amor. Ela aconselha prestar atenção às diferenças no nosso trato com o outro para descobrirmos nossa própria “linguagem”, bem como a do parceiro. Dessa maneira fica mais fácil demonstrar afeto ao outro de modo que ele compreenda e reconheça como o outro está demonstrando o seu amor.
Saber que estamos presentes na mente de alguém que se preocupa conosco e que somos capazes de despertar emoções e sentimentos em alguém é o nosso melhor salva-vidas. É como uma bóia que, sem dúvida, arranca o nosso melhor sorriso. Existe um trecho de um livro de Paul Auster, “O palácio da lua”, que define perfeitamente o que sentimos quando o amor dos outros nos resgata do poço no qual caímos e do qual não podemos sair.
A felicidade dá o tom e a intensidade do amor. A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é perguntar: O que me faz feliz? Para a psicóloga Silvana, a auto indagação deve ser constante. “As pessoas que não se questionam não sabem o que é importante para elas. É comum observarmos o comportamento dos outros, mas esquecemos que é preciso nos observar, nos conhecer”, diz. Ela complementa dizendo que a felicidade não é algo que se busca ou procura, mas está dentro de cada um. “Construída, dia após dia, a felicidade não está longe”, acredita.
O que fazer para buscar a felicidade todos os dias?
– Dizer obrigado, por exemplo, é uma das pequenas atitudes cotidianas que melhoram a qualidade dos relacionamentos – e também a satisfação diária. Segundo pesquisa publicada em maio de 2012, no “Journal of Personality and Social Psychology”, um simples ‘obrigado’ entre casais pode fazer com que o cônjuge se sinta apreciado pelo seu parceiro, fazendo com que o comprometimento se fortaleça.
– Exteriorizar o que se sente também é uma medida necessária para ser feliz. Diga para o seu par como você se sente e use palavras de generosidade. Mas nem sempre estamos no melhor dos dias. Quando isso acontece, não significa que é permitido descarregar suas angústias em cima do seu parceiro. Ninguém consegue estar 100% estável. É importante sorrir quando está com vontade; porém, quando não está, é igualmente importante dizer à pessoa ao seu lado que você não está bem, mas deixá-la consciente de como você aprecia tê-la ali.
– Um estudo de 2009 publicado na revista Journal of Sexual Medicine relata que fazer sexo tem ligação com a felicidade, principalmente para as mulheres. Pesquisadores da Universidade de Harvard afirmaram em estudo publicado na revista Science em 2010: durante o sexo as pessoas ficam mais concentradas, resultando em um sentimento de realização mais profundo do que em outras atividades do dia a dia. Conseguir manter-se presente no momento da união com o parceiro afetivo faz com que este seja um momento pleno.
Dialogo sempre – A falta de diálogo é o principal fator apontado em relatos de relacionamentos que não deram certo, confirmando uma tendência já conhecida. Isso também aparece em outras pesquisas e é o que ocorre nas relações desfeitas em situações como “ele só pensa em trabalho” ou “ele não me ouvia”. Apesar de botarem a culpa no outro, a comunicação vem dos dois lados e a responsabilidade em acertar o conteúdo e a forma do que é dito é de ambos.
Fonte:
Dra. Silvana Frassetto (CRP 07/18986) – É Psicóloga Clínica com Doutorado em Bioquímica (ênfase em Neurociências) pela UFRGS. Possui especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia do Esquema (Modelo de Terapia Cognitiva com foco no tratamento de diversos transtornos de Personalidade), pela WP-Centro de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Institute for Schema Therapy, em Nova Iorque. Atua como docente no Curso de Psicologia da ULBRA. Também é professora e supervisora clínica do Curso de Especialização em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental do Instituto WP, da Wainer Psicologia Cognitiva e do Curso de Especialização em Neuropsicologia da PROJECTO. É professora do Curso de Especialização em Psiquiatria do Instituto Abuchaim e tutora do COGMED – método de treinamento desenvolvido por neurocientistas que trabalha a atenção e memória operacional.